Críticas e preconceitos ocidentais em contraposição às formas de aculturação e concepções ameríndias

Matheus Moreira da Silva, José Pedro Machado Ribeiro

Resumo


Este artigo tem como objetivo apresentar uma interpretação dos preconceitos
ocidentais direcionados aos povos indígenas em contraposição às formas de aculturação e as
formas distintas de como se concebem o poder. Lançamos mão de análises antropológicas às
reflexões próprias, à luz da condição atual e passada dos povos ameríndios e de histórias que
traduzem as influências, preconceitos e articulações frente as reflexões com posicionamentos
críticos de Pierre Clastres e Viveiros de Castro, acerca da “sociedade contra o Estado”.
Percorreremos a acepção de cultura, a crise do termo “aculturação”, a colonialidade do ser e
do saber indígena e as transformações sociais, a partir de debates de caráter ocidental e
diferentes formas de conhecimentos (etnoconhecimentos). Pois, há uma crítica antiga ao
termo “aculturação” na antropologia, todavia os povos indígenas se ressentem de processos
considerados como aculturativos, já que a aculturação é vista como a opressão, desde o início
da colonização a partir de 1500 até o presente, de subalternização, espoliação e inferiorização
dos povos indígenas.


Palavras-chave


Etnologia. Professores indígenas. Diversidade Cultural.

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DOI: http://dx.doi.org/10.20435/tellus.v19i40.617

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