O estudo do comportamento de animais é de suma importância para responder questões etológicas básicas [1]. Além disso, um dos passos no desenvolvimento de novos fármacos ou terapias consiste na avaliação destes tratamentos sobre o comportamento de animais de laboratório, antes que eles sejam testados clinicamente em seres humanos.
A observação visual e o registro manual do comportamento têm sido amplamente utilizados, pois eles podem ser implementados com um investimento relativamente baixo, além de que para alguns comportamentos, esta pode ser a única maneira de documentar a sua ocorrência. Todavia, por causa das diferenças inter-observadores, os resultados obtidos por este método de estudo nem sempre são suficientemente reprodutíveis. Outro problema freqüentemente observado é que o registro manual dos comportamentos pode, em alguns casos, demandar um grande período de tempo e exigir um trabalho exaustivo do pesquisador.
Embora existam no mercado alguns softwares para ajudar o pesquisador na sumarização dos resultados, as anotações dos comportamentos de interesse permanecem sendo um trabalho quase que totalmente manual, além de que esta análise pode apresentar vários problemas. Primeiro, a documentação do comportamento pode continuar sendo um trabalho exaustivo. Além disso, mesmo com a ajuda de algum software mais recente, o observador deve ainda decidir na classificação de cada comportamento. Por causa disso, um outro problema é adicionado, o componente subjetividade ou viés, que pode ocorrer quando vários indivíduos classificam o comportamento [2].
Por outro lado, sistemas de observação totalmente automatizados podem freqüentemente prover muitas vantagens. Entre elas, o sistema não sofre de fadiga do observador, assim, as observações podem ser mantidas por tempo indefinido [3,4], além de que os eventos são registrados de forma mais fidedigna, pois os algoritmos sempre trabalham da mesma forma, sem qualquer influência da subjetividade do observador. Portanto, desde que foram inicialmente introduzidos no início de 1990, os sistemas de rastreamento computadorizado de animais de laboratório, oferecem grandes vantagens de flexibilidade, resolução espacial e precisão temporal em estudos etológicos e de análise comportamental em resposta a novos tratamentos ou manipulações [4].