SIGUS - Plataforma de Apoio ao Desenvolvimento de Sistemas para Inclusão Digital de Pessoas com Necessidades Especiais

Hemerson Pistori (Coordenador)$^1$, João José Neto$^2$,

Amaury Antônio de Castro Junior$^1$, Mauro Conti Pereira$^1$,

Priscila Silva Martins$^1$ e Tania Regina Vilela dos Santos$^3$

Resumo:

Existe uma quantidade significativa de pessoas que são excluídas do universo digital por não estarem aptas a utilizar os meios convencionais de interação homem computador, como teclados e mouses. Uma quantidade razoável de trabalhos técnicos e científicos relatam a criação de dispositivos alternativos, como óculos especiais, capacetes e emissores de infra-vermelho, que podem ser utilizados para permitir a interação de pessoas com necessidades especiais, como tetraplégicos e surdos, ao computador. No entanto, existe um dispositivo de captura de dados, a webcam, que apesar da alta disponibilidade e baixo custo, tem sido sub-utilizado pelos programadores de software. Imagens capturadas através de uma webcam, como imagens das mãos e da face humana, poderiam ser utilizadas de muitas maneiras na interação com o computador. Editores de texto capazes de interpretar a linguagem LIBRAS de sinais, e sistemas de menus acessíveis através da interpretação da direção do olhar, são exemplos de aplicações de grande utilidade para pessoas com necessidades especiais. A construção desse tipo de sistema é ainda um problema complexo, que envolve pesquisas nas áreas de processamento digital de imagens (PDI), inteligência artificial (IA), e interação homem-máquina. Propõe-se nesse projeto a criação de um plataforma computacional, chamada SIGUS, que irá integrar, em um único ambiente gráfico, um conjunto de ferramentas que facilitarão a implementação e experimentação de algoritmos de processamento digital de imagens e aprendizagem automática, com foco em aplicações relacionadas com a inclusão digital de pessoas com necessidades especiais. A plataforma incluirá também bases de imagens reais para testes de algoritmos e será desenvolvida a partir de bibliotecas de software livre já existentes, como o WEKA, para aprendizagem de máquina, o IMAGEJ, para processamento digital de imagens, e o AdapTools, para dispositivos adaptativos. A metodologia utilizada será baseada em desenvolvimento orientado à componentes, com abertura para participação da comunidade de software livre, interligados através de um portal na Internet, com ferramentas automáticas de gerenciamento de projetos. Espera-se, como resultado a médio prazo, um aumento no oferecimento de software adaptado para utilização por pessoas com necessidades especiais, melhorando assim a qualidade de vida dessas pessoas e a sua possibilidade de inserção no mercado de trabalho.